Hora de Aventura aborda questões cinteíficas de vanguarda e, com frequência, as coloca diante de um viés mais espiritualizado que a média. Fazendo isso, o desenho explora o conceito de multiverso, a hipótese da existência de outras dimensões e até a natureza da consciência e a relação possível entre ela e o que sabemos sobre a física operante nas menores escalas. Hora da Aventura é uma obra de fantasia científica. Estão colocadas aqui representações de alguns conceitos de vanguarda rabalhados dentro da ciência e muita, muita imaginação. Steven Universe, que divide com hora de Aventura o protagonismo da nova geração de animações do Cartoon Network pode ser mais hábil ao lidar com questões sociais, mas não consegue atingir o nível de Hora de Aventura no desafio de embalar com imaginação alguns dos questionamentos mais recentes da física e da astronomia. Um exemplo de como a junção entre ciência e espiritualidade ocorre está na maneira como esse multiverso ficcional se constrói. A hipótese do multiverso é um objeto da ciência e é válida em Hora de Aventura. A hipótese do Karma é um objeto da espiritualidade e, no desenho, ela se desenvolve dentro desse objeto científico chamado multiverso. Finn tem como karma a perda de um braço. Esse karma atua em cada existência dele, em cada universo conhecido. Já abertura para tratar de matéria escura é dada no momento em que o mesmo personagem passa a explorar a existência de outras dimensões com a ajuda de um assoprador de bolhas.
METEORO RECOMENDA
A Realidade Oculta, Brian Greene
Brian Greene explica conceitos normalmente inacessíveis da ciência através de exemplos da cultura pop. Nesse livro, por exemplo, Eric Cartmann, de South Park, nos ajuda a entender algumas das forças fundamentais da natureza. Se você gosta da junção entre ciência e cultura pop, há boas chances de que você vá se entender com o Brian Greene.