Quando uma crise econômica ameaça a sociedade dos dinossauros, o governo resolve colocar a culpa na parte quadrúpede da população. Um muro é erguido para mantê-los para fora e qualquer um que ouse apontar o fato óbvio de que muros não resolvem crises econômicas é chamado de “esquerdista idiota”. Há aqui uma crítica direta ao racismo e à xenofobia e há também a constatação de que crises econômicas costumam gerar crises morais. Se a temática parecer pesada, lembre que o último episódio dessa série se permite anunciar a morte de todos os personagens ao mesmo tempo em que alerta sobre a pretensão humana de controlar os complexos e imprevisíveis sistemas naturais. No último episódio, os dinossauros iniciam um desequilíbrio ambiental ao construir uma fábrica. Cada tentativa de corrigir esse desequilíbrio piora a situação. No fim, uma dessas medidas corretivas sai mais errado que a média, inicia uma era glacial e extermina todos os dinossauros de maneira dramática. Há mais crítica social e tentativas de alertar para causas ambientais distribuídas pelos outros 63 episódios da série.

METEORO RECOMENDA

Sleep Dealer

Nesse filme de 2008, Alex Riviera imagina mexicanos com implantes eletrônicos capazes de controlar avatares robóticos do outro lado da fronteira com os Estados Unidos. Dessa forma, os norte americanos podem contar com o trabalho dos mexicanos sem precisar conviver com eles. Em um dos melhores momentos do diálogo, alguém nos informa que “esse é o sonho americano: todo o trabalho feito, nenhum trabalhador por perto”.