Quando as meninas Superpoderosas abrem mão de seus poderes e permitem a ascenção de um líder autocrático que manterá a paz em Townsville, elas fazem o que fizeram os habitantes dos Estados Unidos no começo do século XXI: abrem mão da liberdade em nome da segurança. O Ato Patriota, que permitiu a espionagem das comunicações particulares dos cidadãos, teve reprercussões políticas e sociais imensas. Pode-se dizer que uma cultura de espionagem irrestrita começou a vigorar (ou a se tornar mais visível) a partir daquele ponto. Paralelamente, os aparatos de comunicação digital e as corporações que os matém fornecem incentivos para um abandono gradual da privacidade. Entre tudo que se sabe sobre Mark Elliot Zuckerberg, o celebrando fundador do Facebook, há dois fatos que se destacam: o primeiro é a crença dele de que “a privacidade não é mais a norma” e o segundo é o hábito de tapar a câmera do notebook com fita isolante. Estão aqui todos os elementos para perceber que a inocência por trás máxima de que “quem não deve não teme”.
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Sem lugar para se esconder
Nesse livro, Glenn Greenwald argumenta sobre como a cultura da invasão da privacidade pode ser perigosa para a saúde política de uma sociedade. Também está aqui o relato de sua convivência ao lado de Edward Snowden, o famoso delator que permitiu ao mundo saber que os Estados Unidos realizavam espionagem em larga escala fora dos limites domésticos e que até países aliados eram alvo.