A série Zelda se caracteriza por dois momentos distintos: no início, os jogos eram focados na exploração livre de um mundo aberto. Mais tarde, com a chegada de Ocarina of Time, a experiência foi direcionada para uma narrativa cada vez mais rica, complexa e ordenada, limitando a margem que o jogador tinha para escolher seu caminho. Narrativa necessita de alguma ordem. Interação necessita de alguma liberdade. O agonismo entre ordem e liberdade sempre foi um assunto presente nas mecânicas de jogo exploradas pela série Zelda. Recentemente, a liberdade votou a ser priorizada em Breath of the Wild, mas não há garantias de que a série continuará assim e esse é um depoimento muito forte sobre a relação entre ordem e liberdade.

METEORO RECOMENDA

The Video Game Theory Reader

O conflito entre a ludologia – o estudo dos jogos como sistemas e mecânicas – e a narratologia – o estudo das histórias – já é considerado razoavelmente ultrapassado. Afinal, como diz o próprio Gonzalo Frasca, o propositor da ludologia como campo de pesquisa, “ludólogos também amam histórias”. Mas a observação dos conflitos entre a interação proposta pelos jogos e a ordenação controlada das narrativas pode nos ensinar muito sobre as nuances enfrentadas por jogos como Zelda ao longo de sua história. Recomenda-se em especial o artigo de Frasca: Simulation Versus Narrative: Introduction to Ludology.