Harry Potter e a Alquimia

Harry Potter e a Alquimia

Em uma entrevista antiga, a autora, J.K Rowling confessou que, quando criança, sonhava em ser alquimista. Essa fantasia a levou a pesquisar o tema. Quando ela escreveu a saga Harry Potter, as informações levantadas durante a pesquisa estruturaram um universo ficcional inteiro. A alquimia em Harry Potter segue uma abordagem junguiana. Na interpretação de Carl Gustav Jung, o homem por trás da psicologia analítica, a alquimia é um sistema de identificação, indução e controle das transformações da mente humana. Nesse sentido, a saga trata da transformação de Harry, uma criança humilhada e abandonada em um ambiente familiar hostil, em um herói relevante para todo o mundo a sua volta. Harry é própria a pedra filosofal. De maneira semelhante, a autora enfrentou situações domésticas abusivas e dificuldades financeiras antes de se tornar a mentora de uma geração inteira. Talvez os processos alquímicos, conforme conceituados por Jung, também tenham sido usados por J.K. Rowling em sua própria trajetória. Apesar da grande exposição da autora, essa pergunta nunca foi feita em uma entrevista.

METEORO RECOMENDA

Psicologia e Alquimia, de Carl Gustav Jung

Estão nesse livro as bases da relação entre alquimia e psicologia. Esse livro encerra um mistério secular a respeito da utilidade e do significado do repertório visual e textual da alquimia. Encerra, porque as hipóteses restantes para a alquimia não são viáveis: acreditar que esses processos servem para transformar metal em ouro é ter imaginação demais. Acreditar que esses processos não servem para nada é ter imaginação de menos.

Alchemy & Mysticism, de Alexander Roob

Esse é um daqueles livros da Editora Taschen, impresso em papel luxuoso com ilustrações coloridas. Estão catalogadas aqui algumas das pinturas mais importantes para a história da alquimia. Há uma exploração tão direta quanto possível dos misteriosos símbolos alquímicos e da qualidade visual que faz esse tema ser irresistível.

Zelda, a lenda da liberdade

Zelda, a lenda da liberdade

A série Zelda se caracteriza por dois momentos distintos: no início, os jogos eram focados na exploração livre de um mundo aberto. Mais tarde, com a chegada de Ocarina of Time, a experiência foi direcionada para uma narrativa cada vez mais rica, complexa e ordenada, limitando a margem que o jogador tinha para escolher seu caminho. Narrativa necessita de alguma ordem. Interação necessita de alguma liberdade. O agonismo entre ordem e liberdade sempre foi um assunto presente nas mecânicas de jogo exploradas pela série Zelda. Recentemente, a liberdade votou a ser priorizada em Breath of the Wild, mas não há garantias de que a série continuará assim e esse é um depoimento muito forte sobre a relação entre ordem e liberdade.

METEORO RECOMENDA

The Video Game Theory Reader

O conflito entre a ludologia – o estudo dos jogos como sistemas e mecânicas – e a narratologia – o estudo das histórias – já é considerado razoavelmente ultrapassado. Afinal, como diz o próprio Gonzalo Frasca, o propositor da ludologia como campo de pesquisa, “ludólogos também amam histórias”. Mas a observação dos conflitos entre a interação proposta pelos jogos e a ordenação controlada das narrativas pode nos ensinar muito sobre as nuances enfrentadas por jogos como Zelda ao longo de sua história. Recomenda-se em especial o artigo de Frasca: Simulation Versus Narrative: Introduction to Ludology.

Hakuna Matata – A Filosofia Por Trás de O Rei Leão

A virada dos anos 80 para os anos 90 foi um período muito produtivo para a Disney. São desse período algumas das animações mais memoráveis que a Disney já fez: A Pequena Sereia, A Bela e a Fera, Alladin e, claro, O Rei Leão.

As animações da Disney nesse período têm pelo menos uma coisa em comum: cada uma delas busca inspiração em uma cultura regional. A Pequena Sereia tem a ver com a cultura nórdica e é uma adaptação da obra de um dinamarquês chamado Hans Christian Andersen. Já A Bela e a Fera vem de um conto francês do século XVIII, que resgata um movimento literário chamado de Preciosismo. Por outro lado, Aladdin é muito importante porque é a partir dele que a Disney começa a procurar histórias fora da produção européia. Se Aladdin não tivesse dado tão certo, talvez a gente não tivesse a Pocahontas, Mulan e O Rei Leão. Aliás, esse tem muito mais a ver com as filosofias e com a história da Africa do que você imagina.
 
Hakuna Matata é a prova disso. No vídeo que você pode conferir acima, nós exploramos como a ideia por trás de Hakuna Matata está relacionada com uma filosofia africana chamada Ubuntu – uma qualidade que é a união de todas as virtudes humanas, incluindo a compaixão e a generosidade. Segundo ela, tudo no universo está conectado e sujeito aos mesmos ciclos. Bom, não é à toa que Rei Leão fala tanto do ciclo da vida, não é mesmo? Mas há mais no vídeo que Hakuna Matata: nele, você vai descobrir a conexão entre o enredo de O Rei Leão e um personagem essencial da democracia no continente africano e no mundo.
Depois de assistir o vídeo, você pode conferir algumas indicações do Meteoro para você se aprofundar no tema do vídeo. E, claro, adoraremos saber, nos comentários, o que você achou desse programa.

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